sexta-feira, outubro 4, 2024
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Bolsonaro não perdeu popularidade; o problema é outro

Em mais uma visita com público abaixo do esperado, a indagação inevitável, sobretudo da oposição (em tom de deboche), é: o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) perdeu apoio dos manauaras?

A reposta certamente é não!

O principal líder da direita ainda é querido pelo eleitorado local. As pesquisas de intenção de votos e os 62% de votos no segundo turno em 2022 são a prova disso.

No entanto, mais uma vez, a ausência do povo – assim como no evento de maio na Arena Amadeu Teixeira – chamou a atenção. E sobre isso há algumas variáveis importantes a serem destacas.

A primeira delas é que se trata de uma eleição municipal.

O ex-presidente veio a Manaus fazer campanha para Capitão Alberto Neto (PL). E em que pese muitos de seus simpatizantes votem no ex-policial militar isso não é uma unanimidade. Há bolsonaristas que votam em David Almeida (Avante), Roberto Cidade (União Brasil) e, acreditem, até em Amom Mandel (Cidadania), e por isso não participam de eventos como o deste sábado (28).

O segundo ponto é que Capitão Alberto Neto já demonstrou ter pouco poder de mobilização. Seja por falta de estrutura ou até mesmo de simpatizantes. A própria convenção do PL e os eventos com a presença do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro são um exemplo.

É importante lembrar, também, que os grandes eventos de Bolsonaro em Manaus tiveram a participação das igrejas evangélicas. E das consideradas grandes, apenas uma apoia a candidatura de Alberto Neto.

Segundo é que a direita – goste ou não os filiados do PL e integrantes de movimentos – está dividida.

Muito eleitor bolsonarista que vive fora da bolha da política ainda não entendeu, por exemplo, a saída de Coronel Menezes do grupo e motivo da falta de unidade desse espectro político.

Por fim e não menos importante, é sempre bom lembrar que o eleitor de direita tem como característica de vida justamente o slogan das campanhas bolsonaristas: Deus, pátria, família e liberdade. E colocam isso em prática de verdade.

Não é todo mundo que gosta e vota em Bolsonaro que deixa sua liberdade crítica de lado e apoio um candidato só porque ele é indicado pelo ex-presidente. O fenômeno Pablo Marçal em São Paulo é um exemplo disso.

Não é todo mundo que gosta e vota em Bolsonaro que deixa a oportunidade de estar com a família num sábado de manhã para ir a um evento político.

Não é todo mundo que gosta e vota em Bolsonaro deixa de ir para igreja ou trabalhar no sábado para ir a um evento político.

Conclusão: Não é todo mundo que gosta e vota em Bolsonaro que precisa ir a um evento para provar que gosta e vota em Bolsonaro.

Se no próximo dia 6 a eleição fosse para presidente da República, Bolsonaro, com certeza, teria os 60% de votos. Mas a eleição é municipal. Portanto, o problema não é ele.

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